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Adolescente é torturada e obrigada a abortar

Adolescente é torturada e obrigada a abortar (Foto: Alzyr Quaresma/Diário do Pará)
Wellington ajudou a irmã, foragida, no plano de vingança e está preso (Foto: Alzyr Quaresma/Diário do Pará)
A beleza desapareceu. Somente o trauma e as marcas da violência foram o que restaram para uma adolescente de 16 anos. Ela foi sequestrada, na tarde do último sábado, em Marituba, e ficou pelo menos seis horas em um cativeiro, sob o domínio de uma jovem. As humilhações e a violência que a garota sofreu nunca serão esquecidas. O motivo para tal crueldade seria o atual relacionamento da vítima com o ex-namorado da principal suspeita de ter cometido o crime, conhecida como Aline. A mulher está sendo procurada pela polícia, mas o irmão dela, Wellington da Silva Pinheiro, 21, assumiu que participou do plano da irmã e já está preso.
Ana (nome fictício) revelou que foi atraída por Aline naquela tarde, sob o pretexto de “dar uma volta” de moto pelo bairro onde moram. A suspeita sempre demonstrou afinidade com a atual namorada do ex, mas o que a adolescente não imaginava é que Aline guardava um sentimento de vingança. “Quando chegamos nessa casa, ela me amarrou com a ajuda do irmão dela e disse: ‘agora tu vai me pagar por tudo que tu me fez’. Ela nunca demonstrou que tinha raiva de mim. Pelo contrário, dizia ser minha amiga e eu nunca desconfiei”, contou Ana.
Ao chegarem no cativeiro, a garota relatou que foi amarrada, recebeu tapas, pontapés, apanhou durante todo o tempo sem roupa. “Ela cortou meu cabelo até a raiz, raspou minha sobrancelha e os cílios também. Ela colocou minha cara na privada e me obrigou a tomar xixi”, detalhou. “Eu ‘tava’ grávida de um mês e ela me fez tomar cinco pílulas e outro remédio para abortar. Minha menstruação veio na hora”, acrescentou.
Seis horas
A adolescente foi torturada durante seis horas. Aline, a principal suspeita, teria contado com a ajuda do irmão Wellington, que teria levado as duas até aquela casa, localizada no bairro Mário Couto, em Marituba, Região Metropolitana de Belém. A vítima disse que por volta das 21h a mulher ligou para o telefone do ex-namorado e contou que estava com a adolescente dentro de uma casa. “Ela só deu o endereço para o Edvan ir me buscar, porque ele prometeu a ela que se ela me soltasse, ele voltaria a namorar com ela”, afirma. O barulho de música em alto volume propositalmente teria impedido a vizinhança escutar qualquer tipo de pedido de socorro de Ana.
A Polícia Militar do 21º Batalhão foi acionada pela adolescente. Ao chegarem no cativeiro, os policiais encontraram Wellington que foi levado para a Central de Flagrantes de Marituba e assumiu a participação na tortura.
Droga
Ainda dentro da casa, os policiais identificaram como verdadeira “clínica de entorpecente”. Solução de bateria, barrilha, balança de precisão, 25 “petecas” de pasta base de cocaína, uma porção da droga ainda em estado bruto e R$ 59, que seria a renda dos entorpecentes já vendidos.
“Quando a vítima relatou as características dos acusados e do local do crime, fomos até lá e precisamos cortar os cadeados. Encontramos Wellington e a droga que ele assumiu traficar. A mulher identificada como Aline, não estava. Porém, já iniciamos as buscas no mesmo dia e agora é uma questão de tempo para prendê-la”, comentou Alexandro, tenente da PM.
Na Central de flagrantes, Wellington conversou com a reportagem. Disse que vende droga e que ajudou a irmã na vingança. “Tô nessa há dois meses. Ganho trinta reais pelo pacote. A história da minha irmã foi que ela descobriu que essa menina (vítima) ficou com o marido dela e ela quis se vingar mesmo. Ajudei por que ela me pediu, mas eu não fiz nada. Ela quem fez tudo”, alegou.
A adolescente de 16 anos recebeu atendimento médico no Hospital de Urgência e Emergência daquele município, em seguida foi submetida a exame no Instituto Médico Legal para atestar a violência sofrida. Ela prestou depoimento na companhia de um irmão, em seguida foi liberada.
Wellington já teria sido detido por porte ilegal de armas, agora vai responder pelos crimes inafiançáveis de tráfico de drogas, sequestro e cárcere privado. Aline, irmã do acusado, continua sendo procurada pela polícia.
(Diário do Pará)
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