Reprodução de página do Facebook que mostraO Facebook tem destas coisas… É
proibido publicar imagens que contenham mamilos, mesmo que sejam
desenhos. Mas, pelos vistos, podem publicar-se vídeos de decapitações. Em Maio, a rede social foi proibida depois de uma campanha da Family Online Safety Institute contra a disponibilização generalizada deste tipo de vídeos, mesmo a crianças. Segundo uma notícia da BBC,
um vídeo publicado com o título “Challenge: Anybody can watch this
video?” (Desafio: Todos podem ver este vídeo?), foi considerado
apropriado pelo Facebook mostra uma decapitação, feita provavelmente no
México. Como o vídeo está a servir para condenar e não apoiar estas práticas violentas pode ser publicado. De acordo com o Facebook: “Como
algumas pessoas não concordam com as imagens deste vídeo, estamos a
trabalhar para dar controlo adicional sobre os conteúdos que conseguem
ver. Isto pode incluir avisos de que o conteúdo em questão pode ser
violento”. Este tipo de discurso quer quase sempre dizer que o conteúdo não vai ser apagado por iniciativa próprio.
Ao chegar em casa após uma noite de bebedeira em um pub de Liverpool (Inglaterra), John Clinton, de 52 anos, foi abordado pela esposa, Paula, quequeria discutir o divórcio.
De acordo com o "Daily Mail", John teve um ataque de fúria e esfaqueou Paula várias vezes. Preso, ele se defendeu argumentando que a esposa o tinha ridicularizado, zombando do tamanho do pênis dele.
Segundo John, no meio da discussão, Paula comentou: "Quem vai cuidar de você, que faz xixi na cama e tem pênis pequeno?"
John e Paula estavam juntos havia 24 anos. A inglesa não resistiu aos ferimentos e morreu.
Um
caso curioso aconteceu em Hayward, na Califórnia (EUA). Uma menina de
10 anos passou por um susto . A garota que estava dormindo em casa, foi
atingida nas nádegas por uma bala perdida e se assustou ao perceber que
havia sangue no seu pijama. Sem perceber que se tratava de um tiro, os
pais da garota pensaram que a menina tinha tido a primeira menstruação e
deixaram a jovem ficar por cinco horas sem atendimento médico.
Segundo o "Huffington Post", a criança só foi levada ao hospital no dia
seguinte, após se queixar de fortes dores. Os pais acabaram percebendo
que havia um furo no colchão e descobriram que era uma marca de tiro.
A
menina passou por uma cirurgia para a retirada da bala, que estava
alojada, e já recebeu alta. Ela já anda sozinha e se recupera em casa. O
autor do disparo não foi identificado e ninguém foi preso.
Ela foi presa depois que os corpos dos bebês foram encontrados por seu pai.
Mulhermata seus dois filhos bebêsFoto: Divulgação
Uma ninfomaníaca alemã está sendo acusada de matar seus dois filhos recém-nascidos para que pudesse ir a umclubede swing. Ela foi presa depois que os corpos dos bebês foram encontrados por seu pai.
Steffie Koppers, de 24 anos, se gabava noFacebookpelas visitas que fazia ao clube, chamado Swingerclub Kali. “Estamos em três simpáticas senhoras, mas queremos homens e não tem nenhum aqui”, dizia na rede social.
A polícia acredita que Koppers tenha engravidado dos filhos no próprio local. Ela morava em uma fazenda com seu pai.
Um dos filhos teria sido morto em novembro do ano passado, e já teria sido reduzido a um esqueleto ao ser encontrado. O outro estava embrulhado em uma folha.
O pai de Koppers telefonou para a polícia imediatamente após encontrar os cadáveres. Ele comentou que a filha admitiu o que aconteceu, mas não foi capaz de dizer o motivo para a ação. Mesmo assim, autoridades garantem que ela estava viciada em ir ao clube, e não queria que os bebês a incomodassem.
Gnu salta a uma altura de 2 metros tentando evitar o ataque de uma leoa faminta na reserva de Kariega, na África do Sul. A cena impressionante ocorreu em frente a encarregados de caça da reserva, que viram o gnu fugir após o pulo diante do perigo.
Steven Tari, condenado por estupros e suspeito de canibalismo, foi morto em uma remota localidade de Papua-Nova Guiné na semana passada.
Um homem conhecido como "Jesus Negro" em Papua-Nova Guiné, que matou uma jovem em um ritual de sacrifício humano, foi castrado e morto a machadadas por uma multidão enfurecida, informou a imprensa local.
Steven Tari, condenado por estupros e suspeito de canibalismo, foi morto em uma remota localidade de Papua-Nova Guiné na semana passada.
O jornal local The National afirma que Tari — que escapou de uma prisão de Madang ao lado de outros 48 detentos em março — foi caçado por quase 80 homens. De acordo com o jornal, ele foi castrado e morto a golpes de machado. Depois, o corpo foi jogado em um buraco.
Tari, que se fazia passar por um pastor luterano, era amplamente conhecido como "Jesus negro". Ele foi condenado em 2010 a dez anos de prisão por estupros de mulheres que pertenciam a sua seita.
A polícia local informou que Tari e seus seguidores executaram na semana passada Rose Wagum, de 15 anos, como "sacrifício". A jovem foi esfaqueada diversas vezes.
O canibalismo e a magia negra são práticas noticiadas eventualmente na Papua-Nova Guiné, um vasto país da Oceania, ao norte da Austrália, que ocupa a parte oriental da ilha de Nova Guiné.
No ano passado, a polícia prendeu dezenas de pessoas acusadas de canibalismo: elas mataram pelo menos sete pessoas e comeram os órgãos das vítimas.
Criança viveu apenas duas horas e pode ter sofrido mutação por causa da profissão da mãe.
Com dificuldade para respirar, bebê não sobreviveu
Gretchen Abad é uma operadora de fotocopiadora na província filipina de Masbate e deu à luz uma criança com apenas um olho, localizado no meio da testa, e sem nariz.
O bebê, infelizmente, viveu apenas duas horas porque tinha sérios problemas respiratórios.
Os médicos que cuidaram do caso supõem que a má-formação do bebê tenha sido fruto da radiação a que ela foi exposta no trabalho da mãe.
A operadora de fotocopiadora trabalhou até o sétimo mês de gestação e, de acordo com os médicos, pode ter exposto o festo à radiação proveniente das máquinas.
O Papa Francisco, que chega ao Brasil na próxima semana, terá uma agenda carregada e inúmeros encontros públicos, mas o Vaticano assegurou nesta quarta-feira que não há preocupação quanto a possíveis manifestações hostis e sua segurança, enquanto circulará em um veículo descoberto.
"Nós iremos ao Brasil confiantes na capacidade das autoridades de gerir a situação. Sabemos que as manifestações não são direcionadas ao Papa e à Igreja", explicou o padre Federico Lombardi, que respondeu a uma série de perguntas durante a apresentação desta primeira viagem do Papa ao exterior para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Mais de um milhão de jovens de 170 países, principalmente da América Latina, são esperados no Rio de Janeiro.
Em junho, manifestações em massa foram organizadas em todo o país contra o preço dos transportes públicos, os gastos exorbitantes com a Copa do Mundo de 2014 e a corrupção.
"As autoridades do Vaticano confiam plenamente nas autoridades, que saberão tomar as medidas necessárias. No atual estágio, não esperamos inconvenientes para a JMJ. Todos irão compreender que a mensagem do Papa é uma mensagem de solidariedade", declarou Lombardi.
Ele também respondeu sobre as despesas da viagem: "quando temos despesas, é para pagar alguém por algum serviço, por um evento que é recebido positivamente pela maioria da população. Este dinheiro não é desperdiçado".
O porta-voz anunciou que o Papa Francisco "não utilizará o papa-móvel blindado" de seus antecessores.
"É uma escolha do Papa, em conformidade com o que ele tem feito aqui. Ele se sente bem assim, com este contato" com a multidão, indicou, revelando que haverá várias ocasiões em que o pontífice estará em contato com as pessoas durante a sua viagem.
Um veículo branco, igual ao utilizado na Praça São Pedro em Roma, e um verde, de reserva, já chegaram ao Rio.
Em relação à programação "leve" prevista para o Papa emérito Bento XVI, antes de sua renúncia em fevereiro, a "agenda foi adaptada, intensificada, enriquecida com certos eventos", declarou o porta-voz.
Ele citou a ida de helicóptero do Rio de Janeiro ao santuário mariado de Nossa Senhora Aparecida em São Paulo, a visita a pequena favela de Varginha, onde caminhará a pé e irá a uma casa para encontrar com um família.
Como em sua visita em 8 de julho a ilha italiana de Lampedusa, quando encontrou imigrantes africanos, "as personalidades políticas não serão convidadas para a visita a favela", mesmo se o Papa não "rejeita encontrar pessoas que têm responsabilidades" durante a sua visita.
Também estão previstos encontros com jovens detidos, dependentes de drogas e do álcool. Ele almoçará com doze jovens participantes e irá confessar um dos peregrinos.
No avião de Alitalia que o levará ao Rio, mas que ele pediu para não conceder "entrevistas individuais ou coletivas", mesmo que sejam "preparadas" (como era o caso com Bento XVI) ou "espontâneas" (como com João Paulo II).
"Se vocês fizerem perguntas de conteúdo -por exemplo sobre as manifestações sociais- vocês irão contra o seu desejo", preveniu o porta-voz, acrescentando que "o que ele quiser falar, ele dirá".
No Rio, Francisco se expressará "em espanhol, português e, talvez, italiano".
O Papa não previu encontrar vítimas de padres pedófilos: "isso é feito quando responsáveis locais da Igreja o pedem, quando o problema é muito sensível".
Pontífice lembrou que a Igreja não é uma Organização Não Governamental
"O anúncio do Evangelho tem que ser o caminho da pobreza", destacou o papa
O papa Francisco disse nesta terça-feira, durante a missa celebrada
na capela de Santa Marta, que com uma Igreja rica, a Igreja envelhece e
não tem vida. "São Pedro não tinha conta em banco", afirmou o pontífice
para ressaltar a necessidade de a Igreja assumir um testemunho de
pobreza.
De acordo com o jornal italiano La Stampa, opapa
disse ainda que a pregação do Evangelho deve ser gratuita, e citou a
passagem da Bíblia onde Jesus pede aos apóstolos que não procurem ouro,
prata e cobre nos cintos.
"O anúncio do Evangelho tem que ser o
caminho da pobreza. Temos que realizar os trabalhos da Igreja, mas com
um coração de pobreza, não com o coração do investimento ou do
empresário", acrescentou Francisco. Ainda na sua homilia, o papa lembrou que a Igreja não é uma Organização Não Governamental, e sim uma coisa mais importante. O papa Francisco vem dando repetidos sinais de que defende uma Igreja voltada aos mais pobres, sem ostentações e opulência. Durante
a audiência geral da última quarta-feira, dia 5, na Praça de São Pedro,
o papa Francisco condenou a cultura do desperdício de alimentos em todo
o mundo. "Deus confiou ao homem e à mulher o cultivo e o cuidado da
terra, para que todos pudessem morar nela, mas o egoísmo e a cultura do
desperdício levaram ao descarte das pessoas mais fracas e necessitadas",
disse o pontífice. "Em muitas partes do mundo, apesar da fome e da desnutrição existentes, muitos alimentos são desperdiçados", disse o papa. As
palavras de Francisco indicam, mais uma vez, que o pontífice espera
encontrar no Rio, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em
julho, muito mais uma festa da fé do que um evento com luxo e
abundância. O papa vem mantendo a coerência em seus discursos desde que
assumiu o pontificado, insistindo em falar na pobreza. Francisco
lembrou também que os alimentos jogados no lixo são alimentos roubados
da mesa do pobre, de quem tem fome. "A ecologia humana e a ecologia
ambiental são inseparáveis", afirmou. Ele também advertiu que "a
pessoa humana está hoje em perigo". "Na cultura do desperdício, se
morrem homens e crianças não é notícia; se a bolsa cai é uma tragédia",
comentou. "Acaba-se por descartar as pessoas. Deixa-se de respeitar a
vida, sobretudo se é pobre ou incapacitada, ou se ainda não é útil, como
a criança que vai nascer, ou se não serve mais, como o idoso",
concluiu.
Um asteróide com 2,7 quilómetros de comprimento irá sobrevoar a Terra no dia 31 de maio, anunciaram hoje investigadores à página de Internet wwww.space.com.
O corpo celeste, denominado 1998 QE2, não representa uma ameaça para o planeta e irá passar a uma distância de 5,8 milhões de quilómetros da Terra.
A aproximação do asteró ide à Terra irá ser examinada atentamente por dois grandes telescópios - o observatório Goldstone, na Califórnia, e o radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico.
Uma menina de nove anos de idade, no México, deu à luz uma filha.
As autoridades estão a procura do pai do bebê que tem 17 anos de idade.
Suspeita-se que a menina ficou grávida com apenas oito anos e deu à luz
há poucos dias.
O bebê nasceu no dia 27 de janeiro no estado mexicano de Jalisco ocidental.
"Nós estamos cuidando da menina e tentando saber da história porque
ela não entende o que aconteceu. Este é um estupro ou caso de abuso
sexual de criança", diz Jorge Villasenor, do Ministério Público estadual.
A menina e seu bebê tiveram alta e acredita-se que passam bem.
No entanto, o hospital disse que terá que fazer extenso acompanhamento devido à idade da mãe.
Quem estava feliz com a possibilidade de conseguir encontros sexuais
de maneira discreta com os amigos no Facebook, acaba de levar uma bela
rasteira. Por conta de uma falha no “Bang With Friends” a lista dos amigos que usam o aplicativo aparece numa página no próprio Facebook, basta clicar neste link.
A novidade já vem dando que falar nas redes socias e promete dar muito
pano pra manga, pois várias pessoas comprometidas se aventuraram a usar o
app.
A exposição dos usuários contradiz o principal chamariz do
aplicativo que diz: "Seus amigos nunca saberão se você está interessado
por alguém, a não ser que um deles também esteja".
A falha afetou
pessoas que começaram a usar o recurso antes de janeiro, quando foram
feitas mudanças para reforçar a privacidade. Segundo o Wall Street
Journal, até esta data, quando alguém começava a usar o Bang With
Friends, ele adotava as configurações de privacidade estabelecidos pela
pessoa em seu perfil no Facebook. A maioria dos usuários mantém, como
padrão, a opção de publicar conteúdo publicamente ou para todos os
amigos.
A empresa que desenvolveu o aplicativo disse que poucos usuários foram atingidos pela brecha.
"Nós
levamos a questão da privacidade muito a sério no Bang With Friends, e a
maioria dos usuários não terão seus dados expostos. Se você instalou o
aplicativo depois de janeiro, pode ter certeza que não aparecerá no
Facebook (a não ser que você mude suas configurações de privacidade)",
disse em comunicado.
Um professor de 50 anos, condenado por dois crimes de abuso sexual de menores, foi nomeado director de um Agrupamento de Escolas da zona da Grande Lisboa, avança o Expresso. Questionado sobre o assunto. O Ministério da Educação, responsável por esta escolha, garante que não sabia da condenação.
O Ministério da Educação nomeou para o cargo de presidente da Comissão Administrativa Provisória um professor condenado por pedofilia, que chegou a estar preso preventivamente. Questionado sobre o assunto, o Ministério afirma não ter conhecimento da condenação, acrescentando que a pena não consta do processo profissional do docente. O julgamento remonta a 2006 e, de acordo com o mesmo, três anos antes o professor entrou, após uma aula de natação na piscina de Benfica, para uma cabine de chuveiro onde estava um adolescente. Segundo o acórdão do tribunal, o docente perguntou-lhe quantos anos tinha e o jovem respondeu “treze”. “Já tens idade para brincar”, respondeu o professor, agarrando no pénis do adolescente. A vítima fugiu e contou a história ao guarda da piscina, que não acreditou. Dois dias depois é o próprio guarda que apanha o professor a tocar de forma sexual no aluno, novamente na cabine de duche. O professor foi detido quase um ano depois e, interrogado pelo juiz, alegou estar inocente e tudo não passar de uma “fantasia” do rapaz. Apresentou um alibi para não ter estado sequer na piscina nesse dia, no entanto a sua justificação não foi considerada credível. Após três meses de prisão preventiva foi, então, condenado a três anos de cadeia, mas os juízes preferiram aplicar antes cinco anos de pena suspensa, alegando que o professor não tinha cadastro anterior e que estava bem inserido na sociedade. “Bastará a ameaça da ameaça de uma pena de prisão efectiva para prevenir a repetição do crime”, refere o acórdão, citado pelo Expresso. Na época, o tribunal não decretou o seu afastamento do ensino e não houve lugar a qualquer processo disciplinar do Ministério da Educação, que diz agora nem sequer ter conhecimento do caso.
A fome é, conforme tantas vezes tenho afirmado, a expressão biológica de males sociológicos. Está intimamente ligada com as distorsões econômicas, com a designação de "subdesenvolvimento".
A fome é um fenômeno geograficamente universal, e cuja ação nefasta, nenhum continente escapa. Toda a terra dos homens foi, até hoje, a terra da fome. As
investigações científicas, realizadas em todas as partes do
mundo,constataram o fato inconcebível de que dois terços da humanidade
sofre, de maneira epidêmica ou endêmica, os efeitos destruidores da
fome.
A fome não é um produto da superpopulação: a fome já existia em massaantes do fenômeno da explosão demográfica do após-guerra. Apenas esta fome que dizimava as populações do Terceiro Mundo era escamoteada, era abafada era escondida.
Não se falava do assunto que era vergonhoso: a fome era tabu. No mangue, tudo é, foi ou será caranguejo, inclusive o homem e a lama. Não foi na Sorbonne, nem em qualquer outra universidade sábia que travei conhecimento com o fenômeno da fome. A fome se revelou espontaneamente aos meus olhos nos mangues do Capiberibe, nos bairros miseráveis do Recife - Afogados, Pina, Santo Amaro, Ilha do Leite. Esta foi a minha Sorbonne.
A
lama dos mangues de Recife, fervilhando de caranguejos e povoada de
seres humanos feitos de carne de caranguejo, pensando e sentindo como
caranguejo. São seres anfibios - habitantes da terra e da água, meio homens e meio bichos. Alimentados na infância com caldo de caranguejo - este leite de lama, se faziam irmãos de leite dos caranguejos.
Cedo me dei conta desse estranho mimetismo: os homens se assemelhando em tudo aos caranguejos. Arrastando-se, acachapando-se como caranguejos para poderem sobreviver. A impressão que eu tinha, era de que os habitantes dos mangues - homens e caranguejos nascidos à beira do rio - à medida que iam crescendo, iam cada vez se atolando mais na lama.
Foi assim que senti formigar dentro de mim a terrível descoberta da fome. Pensei a princípio que era um triste privilégio desta área onde eu vivo - a área dos mangues. Depois
verifiquei que, no cenário de fome do Nordeste,os mangues eram uma
verdadeira terra da promissão, que atraía homens vindos de outras áreas
de mais fome ainda - das áreas da seca e da monocultura da
cana-de-açúcar, onde a indústria açucareira esmagava, com a mesma
indiferença, a cana e o homem, reduzindo tudo a bagaço.
Vê-los agir,
falar, lutar, viver e morrer, era ver a própria fome modelando com suas
despóticas mãos de ferro, os heróis do maior drama da humanidade - o
drama da fome. E foi assim que, pelas história dos homens e pelo
roteiro do rio, fiquei sabendo que a fome não era um produto exclusivo
dos mangues. Que os mangues apenas atraíram os homens famintos do Nordeste: os da zona da seca e os da zona da cana.
Todos atraídos por esta terra de promissão, vindo se aninhar naquele ninho de lama, construído pelos dois e onde brota o maravilhoso ciclo do caranguejo.
E quando cresci e saí pelo mundo afora, vendo outras paisagens, me apercebi com nova surpresa queo que eu pensava ser um fenômeno local, era um drama universal.
Que a paisagem humana dos mangues se reproduzia no mundo inteiro. Que aqueles personagens da lama do Recife eram idênticos aos personagens de inúmeras outras áreas do mundo assolados pela fome.
Que aquela lama humana do Recife, que eu conhecera na infância, continua sujando até hoje toda a paisagem de nosso planeta como negros borrões de miséria: as negras manchas demográficas da geografia da fome.
O assunto é bastante delicado e perigoso. A tal ponto delicado e perigoso que se constituiu num dos tabus de nossa civilização. É
realmente estranho, chocante o fato de que, num mundo como o nosso,
caracterizado por tão excessiva capacidade de escrever-se e publicar-se,
haja até hoje tão pouca coisa escrita acerca do fenômeno da fome, em suas diferentes manifestações.
Quais são os fatores ocultos desta verdadeira conspiração de silêncio em torno da fome? Trata-se
de um silêncio premeditado pela própria alma da cultura: foram os
interesses e os preconceitos de ordem moral e de ordem política e
econômica de nossa chamada civilização ocidental que tomaram a fome um
tema proibido, ou pelo menos pouco aconselhável de ser abordado
publicamente. Ao lado dos preconceitos morais, os interesses
econômicos das minorias dominantes também trabalhavam para escamotear o
fenômeno da fome do panorama espiritual moderno.
É que ao imperialismo econômico e ao comércio internacional a serviço do mesmo interessava quea se processar indefinidamente como fenômenos exclusivamente econômicos - dirigidos e estimulados dentro de seus interesses econômicos - e não como fatos intimamente ligados aos interesses da saúde pública.
Um
dos grandes obstáculos ao planejamento de soluções adequadas ao
problema da alimentação dos povos reside exatamente no pouco
conhecimento que se tem do problema em conjunto, como um complexo de manifestações simultaneamente biológicas, econômicas e sociais.
Por
outras palavras, procuraremos realizar uma sondagem de natureza
ecológica, dentro deste conceito tão fecundo de Ecologia, ou seja, do
estudo das ações e reações dos seres vivos diante das influências do meio.
Neste
ensaio de natureza ecológica tentaremos, pois, analisar os hábitos
alimentares dos diferentes grupos humanos ligados a determinadas áreas
geográficas, procurando de um lado, descobrir as causas naturais e as
causas sociais que condicionaram o seu tipo de alimentação, com suas
falhas e defeitos característicos, e de outro lado, procurando verificar até onde esses defeitos influenciam a estrutura econômico-social dos diferentes grupos estudados.
O objetivo é analisar o fenômeno da fome coletiva - da fome atingindo endêmica ou epidemicamente as grandes massas humanas.
Não só a fome total, a verdadeira inanição que os povos de língua inglesa chamam de starvation, fenômeno, em geral, limitado a áreas de extrema miséria e a contingências excepcionais, como o fenômeno muito mais freqüente e mais grave, em suas consequências numéricas, da fome parcial, da chamada fome oculta, na qual pela falta permanente de determinados elementos nutritivos,em seus regimes habituais, grupos inteiros de populações se deixam morrer lentamente de fome,apesar
de comerem todos os dias.
É principalmente o estudo dessas coletivas
fomes parciais, dessas fomes específicas, em sua infinita variedade, que
constitui o objetivo nuclear do nosso trabalho. É que existem duas maneiras de morrer de fome: não comer nada e definhar de maneira vertiginosa até
o fim, ou comer de maneira inadequada e entrar em um regime de
carências ou deficiências específicas, capaz de provocar um estado que
pode também conduzir à morte. Mais grave ainda que a fome aguda e total, devido às suas repercussões sociais e econômicas, é o fenômeno da fome crônica ou parcial, que corrói silenciosamente inúmeras populações do mundo.
A noção que se tem, correntemente, do que seja a fome é, assim, uma noção bem incompleta. E
este deconhecimento, por parte das elites européias, da realidade
social da fome no mundo e dos perigos que este fenômeno representa para a
sua estabilidade social, constitui uma grave lacuna tanto para a análise dos acontecimentos políticos da atualidade, que se produzem em diversas regiões da terra, como no que se refere à atitude que os países da abundância deveriam ter face aos países subdesenvolvidos, permanentemente e perseguidos pela penúria miséria alimentar.
Nenhum fator é mais negativo para a situação de abastecimento alimentar do país do que a sua estrutura agrária feudal, com um regime inadequado de propriedade, com relações de trabalho socialmente superadas e com a não utilização da riqueza potencial dos solos.
Apresenta-se deste modo a Reforma Agrária como uma necessidade histórica nesta hora de transformação social que atravessamos como um imperativo nacional. É
que cerca de 60% das propriedades agrícolas no Brasil são constituídas
por glebas de áreas superiores a 50 hectares de terra, das quais 20%
possuem mais de 10.000 hectares. No recenseamento de 1950 ficou
evidenciada a existência no Brasil de algumas dezenas de propriedades
que são verdadeiras capitanias feudais: proriedades com mais de 100.000
hectares de extensão.
Do latifúndio decorre também a existência das grandes massas dos semterra, dos que trabalham na terra alheia, como assalariados ou como servos explorados por esta engrenagem econômica de tipo feudal.
Por sua vez, o minifúndio significa a exploração antieconômica da terra, a miséria crônica das culturas de subsistência que não dão para matar a fome da família. O tipo de reforma que julgamos imperativo da hora presente não é um simples expediente de desapropriação e redistribuição da terra para atender às aspirações dos sem-terra.
Processo simplista que não traz solução real aos problemas da economia agrária. Concebemos a reforma agrária como um processo de revisão das relações jurídicas e econômicas, entre os que detêma propriedade agrícola e os que trabalham nas atividades rurais.
Precisamos enfrentar o tabu da reforma agrária - assunto proibido, escabroso, perigoso - com a mesma coragem com que enfrentamos o tabu da fome.
Falaremos
abertamente do assunto, esvaziando desta forma o seu conteúdo tabu,
mostrando através de uma larga campanha esclarecedora que a reforma
agrária não é nenhum bicho-papão ou dragão maléfico que vá engolir toda a riqueza dos proprietários de terra, como pensam os malavisados, mas que, ao contrário, será extremamente benéfica para todos os que participam socialmente da exploração agrícola...
É
evidente que não bastaria dispor de alimentos em quantidade suficiente e
suficientemente diversificados para cobrir as necessidades alimentares
da população mundial. O problema da fome não é apenas um problema de produção insuficiente de alimentos. É preciso que a massa desta população disponha de poder de compra para adquirir estes alimentos. A fome age não apenas sobre os corpos das vítimas da seca, consumindo sua carne, corroendo seus órgãos e abrindo feridas em sua pele, mas também age sobre seu espírito, sobre sua estrutura mental,sobre sua conduta moral.
Nenhuma
calamidade pode desagregar a personalidade humana tão profundamente e
num sentido tão nocivo quanto a fome, quando atinge os limites da
verdadeira inanição. Excitados pela imperiosa necessidade de se alimentar, os instintos primários são despertados e o homem, como qualquer outro animal faminto, demonstra uma conduta mental que pode parecer das mais desconcertantes.
Querer justificar a fome do mundo como um fenômeno natural e inevitável não passa de uma técnica de mistificação para ocultar as suas verdadeiras causas que foram, no passado, o tipo de exploração colonial imposto à maioria dos povos do mundo, e , no presente, o neocolonialismo econômico a que estão submetidos os países de economia primária, dependentes, subdesenvolvidos, que são também países de fome. As massas humanas se deram conta de que a fome e a miséria não são indispensáveis ao equilíbrio do mundo, e que hoje, graças aos progressos da ciência e da técnica, surgiu pela primeira vez na história um tipo de sociedade na qual a miséria pode ser suprimida e com ela a fome. (Fonte:Josué de Castro - PDF)