De
2007 para 2010, o Nordeste e o Centro-Oeste aumentaram a participação
na indústria nacional da construção, na comparação com as demais regiões
do país. O dado consta da Pesquisa
Anual da Construção (Paic) 2010, divulgada ontem (15) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Nordeste registrou no
período um crescimento de 17% para 19% no pessoal ocupado e de 11,7%
para 13,8% no valor das incorporações, obras e serviços. No
Centro-Oeste, houve ampliação de 7,2% para 7,6% na mão de obra
empregada, enquanto as incorporações, obras e serviços aumentaram de
6,8% para 7,4%.
Segundo o IBGE, esse
desempenho resulta do fato de que as duas regiões se beneficiaram dos
investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do
Programa Minha Casa,
Minha Vida, assim como das obras preparatórias para a Copa do Mundo de
2014. Entre essas obras, destacam-se, no Nordeste, a transposição do Rio
São Francisco, o emissário submarino de Salvador (sistema de
lançamentos de resíduos no oceano, distante da costa) e as ferrovias
Transnordestina e Leste-Oeste. Já no Centro-Oeste, os destaques foram a
construção da Ferrovia Norte-Sul e as obras de duplicação de diversas
rodovias.
Apesar do crescimento verificado nas
regiões Nordeste e no Centro-Oeste, o Sudeste manteve em 2010 a maior
participação em pessoal ocupado (56,1%) e no valor das incorporações,
obras e serviços da indústria da construção (63,6%).
No
geral, a pesquisa do IBGE mostra que em 2010 as incorporações, obras e
serviços das empresas de construção somaram R$ 258,8 bilhões, um aumento
real de 23,3% em relação a 2009. Excluindo-se as incorporações, o valor
das obras e serviços atingiu R$ 250 bilhões, 42,8% dos quais
provenientes de obras públicas. Essa participação foi ligeiramente menor
do que em 2009, quando as obras públicas representaram 44% do total. Já
a receita operacional líquida atingiu R$ 245,2 bilhões, uma expansão de
23,4% sobre 2009.
Em 2010, as 79,4 mil
empresas de construção do país empregaram cerca de 2,5 milhões de
pessoas e tiveram gastos com pessoal ocupado no total de R$ 63,1
bilhões. Esses gastos representaram 30,7% do total de custos e despesas
do setor, que foi R$ 205,6 bilhões. O salário médio mensal ficou em R$ 1.300, 8,7% superior aos R$ 1.196 de 2009.
Os
números da Paic mostram ainda que entre 2007 e 2010 a receita bruta da
construção cresceu 96,3%, passando de R$ 134 bilhões para R$ 263,1
bilhões. A pesquisa levantou informações sobre o segmento empresarial em
todo o território nacional, comparando os dados com os de 2009 e 2007.