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Fim dos tempos: No interior do Maranhão Irmãos que mantinham relacionamento matam a própria mãe

Antônio Abreu Santos  (Blog João Cardoso)
Antônio Abreu Santos
Moradores encontraram no inicio da noite de quinta-feira (12) o corpo da lavradora Maria Abreu dos Santos de 56 anos, assassinada possívelmente pelos dois filhos no povoado Sobradinho, município de Itapecuru-Mirim. 

A dona de casa estava há três dias desaparecida, o corpo foi encontrado após um morador da região ter avistado uma das mãos de Maria Abreu dos Santos do lado de fora de uma cova rasa.
 
Segundo informações da polícia, os filhos de Antônio Abreu Santos de 26 anos e a irmã, uma adolescente de 15 anos, planejaram a morte da mãe, após ela descobrir que os dois mantinham relações sexuais.

Ainda segundo a polícia, a lavradora ameaçou denunciar o filho caso ele não terminasse o relacionamento com a irmã. Com receio da prisão, e por vingança, Antônio Abreu Santos e sua irmã de 15 anos mataram a mãe, que foi enterrada perto de uma pedreira no povoado Sobradinho.

Antônio Abreu já foi preso e confessou o crime, revelando que a menor teria abortado anos passado um filho do casal.

Maranhão-Maconha

Operação do GTA destrói mais de 100 mil pés de maconha no interior 




Uma operação do Grupo Tático Aéreo (GTA) do Maranhão, órgão ligado a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), deflagrada na manhã desta quinta-feira (12), entre os municípios de Central do Maranhão, Guimarães e Pinheiro, resultou na localização e destruição de cerca de 100 mil pés de maconha.

A droga foi encontrada em uma propriedade, e estava distribuída em 12 roças de plantação de maconha, sendo que cada uma teria aproximadamente 10 mil pés.

Foram empregados na ação 30 policiais e duas aeronaves, com o objetivo de coibir a plantação de pés de maconha e o tráfico de drogas para diversos municípios, inclusive para a capital maranhense.

O GTA já estava monitorando a área, tendo em vista o ciclo da maconha e a rota de distribuição da droga pelo Maranhão. Equipes do GTA destruíram e queimaram toda a plantação.

O coordenador do GTA, Delcimar Oliveira, que esteve à frente da operação, ressaltou que a polícia vem realizando um trabalho constante, visando inibir o tráfico de drogas da região. A operação foi realizada a partir de informações e investigações do Serviço de Inteligência da SSP com o apoio do Departamento de Narcóticos (Denarc).

“Vamos continuar investigando essa região, a fim de prender os envolvidos, que já estão identificados pela polícia, informou o coordenador”.
 
Fonte: O Imparcial

Buriticupu/Ma, Polícia Civil investiga assassinato de médico imperatrizense

A Polícia Civil de Buriticupu está investigando o assassinato do médico imperatrizense Waldey Rodrigues de Sousa, 57 anos, que era morador da Rua Vinicius de Moraes, casa 2, Vila Parati, em Imperatriz.
O médico foi encontrado morto no interior da casa sede de sua fazenda, localizada no município de Buriticupu, distante 220 km de Imperatriz.
Segundo informações, a família esperava que o Dr. Waldey chegasse sábado, como ele havia dito. Entretanto, ele não chegou nem entrou em contato com a família, como sempre fazia quando não podia chegar em casa no dia marcado. No domingo, os familiares conseguiram contato com pessoas que trabalham na fazenda, as quais foram na sede e o encontraram morto na manhã da última segunda-feira. O corpo foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) em Imperatriz, onde foi constatado que o médico Waldey Rodrigues foi assassinado com dois tiros.



Maranhão lidera o ranking da corrupção no Brasil.

Processos contra gestores públicos no Maranhão crescem 29% em um ano
Juraci Guimarães, Procurador da República, explica que maior parte das ações de improbidade administrativa são causadas por conta da agiotagem. Foto: Ascom/MPF-MA
Juraci Guimarães, Procurador da República, explica que maior parte das ações de improbidade administrativa são causadas por conta da agiotagem. Foto: Ascom/MPF-MA
Pelo segundo ano consecutivo, o Maranhão lidera o ranking da corrupção no Brasil. O estado apresenta 276 ações de improbidade administrativa este ano. O número já é 29,5% maior do que o total de ações movidas durante o ano de 2012. A lista foi divulgada pelo Ministério Público Federal, que compara o número de ações de improbidade administrativa geradas a cada ano por cada estado da federação. Os principais desvios pelos quais prefeitos e secretários respondem dizem respeito a recursos federais da educação, o Fundeb, alimentação escolar e transporte escolar.
 
O Ministério Público Federal atribui à cultura formada no Maranhão pelo gestor público e a ingerência da agiotagem no estado, o alto grau de ações contra gestores. A mudança na formatação do MPF, com mais procuradores atuando na questão da improbidade, ajuda a explicar o crescimento no número de ações deste tipo no estado.

No ano passado, quando o Maranhão também liderou o ranking, foram 206 ações de improbidade. Quase o dobro da Bahia, com 134 ações movidas em 2012.

Do total de ações deste ano, 162 foram ajuizadas pela Procuradoria da República no Maranhão (PR/MA); 56 pela Procuradoria da República no Município de Imperatriz (PRM/Imperatriz); 51 pela Procuradoria da República no Município de Bacabal (PRM/Bacabal) e sete pela Procuradoria da República no Município de Caxias (PRM/Caxias).

O Imparcial/Diario conversou com o Procurador da República, Juraci Guimarães, com uma atuação intensa na área de improbidade no Maranhão. Juraci explica que a reformulação organizacional do MPF ajuda a explicar estes resultados, ocorrida no final de 2011. Antes, apenas três procuradores atuavam no combate à improbidade administrativa. Hoje, são 10 procuradores atuando nessa matéria, rendendo resultados positivos no combate à corrupção.
O total de ações movidas pelo MPF/MA em 2012 teve aumento de quase 500% em comparação com 2011. “Antes apenas três procuradores trabalhavam com desvio de dinheiro público na parte de improbidade e tínhamos seis na parte criminal. Por isso de 2010 pra trás não tínhamos muitas ações. Então, unimos tudo e criamos ainda mais um. Então, hoje são 10 trabalhando com improbidade e criminal. Um processo meu termina já com ação de improbidade e criminal”, afirmou.

Ele revela que além de ações de improbidade administrativa, o Maranhão lidera o número de inquéritos policiais de desvio de recursos públicos e número de parecer negativos de contas de gestores públicos. Isto aumenta a demanda consequentemente do Ministério Público tanto federal quanto estadual do Maranhão. Por isso foi feita a reestruturação do MPF. “O ideal é trabalhar para termos uma resposta mais cedo da sociedade. Estamos otimizando para dar uma resposta”.
Trabalhando sobre a ótica dos prefeitos, que de onde são geradas maior parte dos processos, a maioria das ações são de gestores de 2008 a 2012. O número de ações aumenta muito no início de gestão, por conta da maioria dos novos chefes dos executivos denunciarem o gestor anterior por alguma irregularidade. (Clodoaldo Correa).

Lugar de crimionoso é na cadeia

UM DOS CRIMINOSOS DE JOINVILLE JÁ ESTÁ EM CANA - ASSISTA AS IMAGENS DE UMA COVARDE AGRESSÃO

Leone Mendes da Silva é um dos torcedores do Vasco que responderá por tentativa de homicídio. 
Deveria ser processado ainda por FORMAÇÃO DE QUADRILHA e todos os outros artigos do Código Penal em que pudesse ser enquadrado. Um elemento que faz o que esse aí fez, deixa bastante claro que não pode viver em sociedade. Sua atitude foi além de criminosa, bandida, cruel e acima de tudo COVARDE. Outros três (É POUCO - TEM QUE PRENDER MUITOS OUTROS) já estão também presos. O PRÓXIMO PASSO é PEDIR a extinção dessas FACÇÕES - Tanto a do Vasco quanto a do Atlético PR).
Esse caso de JOINVILLE pode ser o DIVISOR DE ÁGUAS, servindo para se colocar um PONTO FINAL na atuação desses IMBECIS / CALHORDAS / VAGABUNDOS que se passam por torcedor, tirando deles o DIREITO de frequentar ESTÁDIOS de FUTEBOL.
 

Buriticupu/Ma, Uma pessoa morre em grave acidente envolvendo o ex-deputado Vila Nova

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Veiculo ficou parcialmente destruído
Um cavalo na pista provocou um grave acidente por volta das 19h desta segunda-feira (9) na BR-222, próximo a cidade de Buriticupu.
O ex-deputado Luis Soares Filho, o “Vila Nova” juntamente com esposa, Laura Helena Alves Militão voltavam da chácara quando foram surpreendidos com um cavalo que estava no meio da pista.
Segundo o radialista L. Silva, filho do ex-deputado, o choque foi inevitável. Ainda segundo ele, depois do cavalo morto veio um motociclista identificado apenas como “Pitbul”, funcionário da DPL, empresa que presta serviço para CEMAR ai bateu no cavalo.
Com impacto da batida o mesmo foi arremessado à aproximadamente 20 metros, vindo a óbito no local, já o ex-deputado, assim como a esposa não sofreram nenhuma lesão grave. No momento da batida os dois usavam o cinto de segurança. O veiculo, uma camionete S-10 ficou parcialmente destruída.
Por Antonio Marcos

Ingressos e transporte: organizadas são beneficiadas pelo Vasco

Após vandalismo na Arena Joinville, diretoria, enfim, deve discutir subsídios a facções que circulam com frequência em São Januário e Brasil afora

confusão torcida Atlético-PR e Vasco jogo (Foto: Reuters)Integrantes de organizadas em Joinville: presença frequente em São Januário (Foto: Reuters)
A briga entre integrantes de torcidas organizadas de Atlético-PR e Vasco na Arena Joinville, no último domingo, pode causar penas aos respectivos clubes. Mas pelo menos no caso cruz-maltino, os envolvidos nas cenas de barbárie fazem parte integrante do dia a dia de São Januário. Mantendo uma prática que se estende por décadas, em algumas ocasiões eles acabam por ser financiados pela diretoria, com benefícios que geram lucro.
Desde a manhã do último domingo, foi grande a movimentação de integrantes de organizadas do Vasco no hotel onde a equipe estava hospedada em Joinville. Muitos deles foram contemplados por diretores com ingressos para a partida e muitos já haviam feito valer o benefício de comprá-los com 50% de desconto diretamente do clube. Ex-funcionários do Vasco relatam que os líderes de organizadas revendem ingressos pelo preço inteiro na maioria dessas ocasiões.
Muitos dos flagrados nas violentas cenas da batalha da arquibancada da Arena Joinville no último domingo são figuras frequentes quando se trata de vandalismo. Ao observarem as fotos que circulam nos meios de comunicação, muitos jogadores do Vasco, inclusive, identificaram algumas das pessoas que invadiram o vestiário de São Januário no dia 18 de outubro para interpelá-los, cobrando melhores resultados no campo. Eles também estiveram presentes na briga com torcedores do Corinthians, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, dia 25 de agosto. Como consequência, o time perdeu quatro jogos de mando de campo no Campeonato Brasileiro.
torcida invsão protesto São Januário Vasco (Foto: Rafael Cavalieri)Integrantes de organizadas invadem vestiário de São Januário em outubro (Foto: Rafael Cavalieri)
Mas eles não estão presentes somente nos estádios. Algumas pessoas ligadas à diretoria afirmam que muitas das viagens das torcidas organizadas do Vasco para jogos fora do Rio de Janeiro são feitas com ônibus alugados por pessoas do clube. Além disso, em algumas ocasiões, integrantes das facções acabam por receber os chamados ingressos de reciprocidade. Isto é, bilhetes cedidos pelos clubes adversários, quando o Vasco é visitante, destinados normalmente a diretores, conselheiros e familiares de jogadores.
Os ônibus, entretanto, não são o único meio de locomoção dos integrantes das organizadas do Vasco. É comum ver essas pessoas – normalmente os chefes – nos mesmos aviões que conduzem a delegação pelo Brasil e pela América do Sul – como foi o caso da Libertadores de 2012. Há relatos de intimidação desses indivíduos dentro dos aviões, ameaçando com palavras ou olhares os jogadores que esbocem um sorriso após um resultado negativo na viagem de volta para o Rio de Janeiro.
A diretoria do Vasco admitiu que os episódios do último domingo vão provocar uma discussão interna sobre a relação com as torcidas organizadas.
- Teremos uma reunião na terça-feira sobre tudo que aconteceu em 2013 e vamos conversar sobre 2014. Vou colocar esse ponto sobre a relação com as organizadas na reunião. Ninguém ainda falou nada sobre isso, mas precisamos tomar providência para que não aconteça mais isso em um jogo de futebol. Ou a coisa muda ou a gente para (com a relação). Nesse jogo não vendemos ingresso com desconto, não houve isso. Demos alguns e vendemos pelo preço normal outros. Essas brigas precisam acabar - disse o vice-presidente de patrimônio, Manoel Barbosa.
Integrante de uma torcida organizada do Vasco que foi hospitalizado após a briga na Arena Joinville, Gabriel Ferreira Vitael acabou por perder a condução de volta ao Rio com a facção e permaneceu em Santa Catarina por não ter dinheiro para retornar por contra própria. Então, a diretoria cruz-maltina se mobilizou para que ele pudesse voltar de avião.

 Por Rio de Janeiro

BRUTAL: Jovem é queimado vivo em Lago da Pedra

Um jovem identificado como Erivelton Freitas Santana, de 23 anos, foi queimado vivo no município de Lago da Pedra. A vítima foi morta na manhã deste domingo (8), no Sítio dos Padres, na zona rural.
O corpo de Erivelton foi encontrado de bruços e pode ter sido torturado antes de morrer. A suspeita é que ele tenha sido queimado ainda vivo.
De acordo com informações da mãe da vítima, Erivelton saiu de casa na companhia de um amigo e não teria voltado.
A polícia ainda está investigando o caso. Ainda não foram apontados possíveis suspeitos do crime.
 

Prostituição e crime

Submeter as relações sexuais a um contrato comercial é, por si só, uma degradação?
por Vladimir Safatle 
Neste início de dezembro, a Assembleia Nacional francesa votou um texto que criminaliza quem paga uma prostituta. Se aprovado no Senado, imporá uma multa de 1,5 mil euros a quem pagar por sexo. O governo promete usar o dinheiropara criar um fundo destinado a auxiliar prostitutas a procurarem outras profissões.
A discussão é interessante, por tocar em questões que acabam por dizer respeito a todos. O debate colocou, de um lado, o grosso das associações feministas e de defesa dos direitos das mulheres. Surpreendentemente, as associações de defesa dos direitos das prostitutas foram profundamente contrárias ao texto. Segundo elas, o resultado será fazer da prostituição uma atividade ainda mais escondida e vulnerável à exploração. 

Há três maneiras 
de discutir o problema: apelar ao pragmatismo, colocar na frente a luta contra a prática de tráfico e aliciamento de mulheres e, por fim, levantar questões deordem moral. De todas, as questões de ordem moral são as mais frágeis.
Poderíamos aqui adotar um viés pragmático e afirmar que tão velha quanto a prostituição é a promessa dos governos de acabarem com ela. Sempre há alguém em campanhas morais na porta de prostíbulos. Elas se demonstraram, por séculos, ineficazes.
Esse argumento tem, porém, suas falhas. A Suécia criminalizou a prostituição. Embora a prática não tenha sido completamente extinta, estatísticas oficiais afirmam que ela caiu 50%. Ou seja, é possível, por lei, se não acabar, ao menos diminuir a prática da prostituição. Resta saber se de fato precisamos de algo assim.
Aqui entra a discussão a respeito do tipo de problema que a prática realmente representa. No caso francês, a questão que apareceu como justificativa para todo esse esforço legal foi o tráfico de mulheres, imigrantes ilegais aliciadas em países mais pobres e em situação de exploração e fragilidade social. De fato, não há como negar a gravidade do problema, mas aqui fica clara a desorientação da proposta. Pois, se esse é, de fato, o problema central, então bastava reforçar as leis existentes contra a exploração econômica de imigrantes ilegais e, como foi feito na Holanda, dotar a prática de um conjunto substancial de dispositivos legais de amparo social.
Colocar as coisas nesses termos serve para focar o debate em torno de seu verdadeiro núcleo: a questão moral. Sim, esse sempre foi e sempre será um debate moral e merece ser tratado como tal. Há, no entanto, duas questões morais envolvidas. A primeira é: “Podemos aceitar o desejo de submeter as relações sexuais a um contrato comercial?” A segunda: “O Estado tem o direito de legislar sobre a vida sexual de seus cidadãos?”
Seria possível reformular a segunda pergunta e afirmar que não se trata, nesse caso, de dar ao Estado o direito de legislar sobre minha vida sexual, mas de impedir que seus cidadãos se submetam a trabalhos degradantes como a prostituição. No que chegamos a uma questão importante: deve se considerar a prostituição, em si, uma degradação? Se dotássemos as prostitutas de todas as garantias sociais que damos a outros trabalhos e puníssemos com rigor sua exploração econômica, ela ainda seria uma degradação? Isso nos leva à primeira questão, a saber, se o ato de submeter as relações sexuais a um contrato comercial é, em si, uma degradação. Poderíamos ainda colocar uma questão suplementar, do tipo: por que para nós submeter o uso da força de trabalho a um contrato comercial nos parece justo e submeter as relações sexuais às mesmas modalidades de contrato nos parece degradante? 

Se você responder
 que relações sexuais não podem ser objetos de contratos, então seria bom se perguntar por
que a infidelidade conjugal é um crime tipificado pela legislação penal brasileira com punição de 15 dias a seis meses de prisão. Ela só pode ser crime pelo fato de a legislação compreender o casamento como um contrato que rege, entre outras coisas, as relações sexuais.
Ao menos nesse ponto, a prostituição simplesmente torna explícita as regras legais presentes no casamento, como a legislação vigente o compreende. Ou seja, se a prostituição for, em si, degradante, então não teríamos como defender a concepção legal do casamento. O que mostra quão problemática é a tentativa de criticar moralmente  e criminalizar a prostituição

Muito triste! Famílias desapropriadas por Copa 2014 lutam por indenização no Recife




Manoel Sebastião da Silva sofreu AVC durante jogo da Seleção Brasileira Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
Manoel Sebastião da Silva sofreu AVC durante jogo da Seleção Brasileira
Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
Filha de Manoel Sebastião da Silva, Veronica Maria mora em Camaragibe, cidade vizinha ao município de São Lourenço da Mata, onde foi construída a Arena Pernambuco. Mas na casa deles, quando se fala em Copa do Mundo, o sentimento é de angústia. “Logo no começo dessa história das desapropriações, ele (Manoel) andou muito perturbado com isso aqui. De repente era uma quarta-feira, estava passando jogo do Brasil e ele teve um acidente vascular cerebral (AVC). Quando minha mãe chegou, ele já estava no chão”.

Antes muito organizado, Manoel deixou toda a documentação dos imóveis regularizada. Mas perdeu a visão, os movimentos de um dos lados do corpo e, paraplégico, vive em uma cadeira de rodas. Não aguentou a pressão de ter de deixar todo o patrimônio que construiu ao longo da vida. Hoje, já não fala mais e chora quando ouve algo sobre a Copa do Mundo. E sua família aguarda o pagamento das indenizações pelos imóveis dele para conseguir se mudar para uma casa adaptada para essa nova condição.

Loteamento São Francisco já não existe e deu lugar aos escombros de demolições Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
Loteamento São Francisco já não existe e deu lugar aos escombros de demolições
Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
A família hoje vive em um dos mais desoladores cenários da Região Metropolitana do Recife. Os tijolos e restos de metralha espalhados no chão têm nomes, memórias e agora ganham histórias tristes. O Loteamento São Francisco, onde eles moraram, já não existe e deu lugar aos escombros de demolições.

Agora, eles só querem receber o dinheiro a que têm direito antes de reiniciar uma vida. A casa do irmão de Manoel, Gerônimo Sebastião de Oliveira, foi demolida e ele não recebeu a indenização. Muitos amigos já aguardam há meses os pagamentos após saírem de suas residências, morando em casas de familiares ou alugando imóveis com os poucos recursos que lhes restam. A população do bairro simples – mas longe de ser uma favela – empobreceu com os transtornos criados pelas remoções para obras de mobilidade para a Copa do Mundo.

Irmão de Manoel, Gerônimo é um exemplo. Trabalhou muito para construir sua casa, mesmo depois de perder um dos braços. Diz que catou até pedra no rio para erguer a residência: lajeada, tinha várias bananeiras como cenário e uma vizinhança muito amiga. Dos R$ 72 mil da avaliação, ele ainda não recebeu nada. Pagou R$ 2 mil para regularizar a situação do imóvel. Aguarda o pagamento sabendo que não conseguirá comprar outra casa com o valor que aceitou, morando na casa de uma sobrinha. Mesmo assim, mantém o sorriso aberto e a esperança "só em Deus".

A mulher de Manoel, Severina Maria da Silva, espera poder comemorar seu aniversário de 80 anos no próximo dia 5 de janeiro. Desde 2011, quando surgiram as notícias de que por ali passaria o Ramal da Copa e seria construído o Terminal Integrado de Passageiros de Camaragibe, eles perderam a referência de bairro e hoje já querem sair, mas aguardam o pagamento das indenizações.

Para governo, valores de indenizações são altos no Loteamento São Francisco

Dos R$72 mil da indenização, Gerônimo (à esq.) ainda não recebeu nada Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
Dos R$72 mil da indenização, Gerônimo (à esq.) ainda não recebeu nada
Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
Moradores do Loteamento São Francisco formam quase que diariamente uma fila no Fórum de Camaragibe nas últimas semanas. O bairro é um dos mais atingidos por remoções da Região Metropolitana do Recife, pois fica no caminho de dois acessos para a Arena Pernambuco: o Terminal Integrado de Camaragibe e o Ramal da Copa. Dezenas de famílias foram removidas de suas casas, muitas não receberam as indenizações e agora seguem sempre que podem para a sede municipal do judiciário para tentar resolver pendências que fazem que suas indenizações sejam retidas pela Justiça.

A relatora da ONU para o direito à moradia adequada, Raquel Rolnik, esteve na comunidade em Camaragibe na última sexta-feira. E denunciou no seu blog a pressão que moradores sofrem na comunidade: “a ordem é pra sair, sem compensações financeiras que garantam previamente o acesso a uma nova moradia, muito menos uma alternativa de reassentamento”.

A Secretária Extraordinária de Desapropriações do governo do Estado, Analúcia Cabral, respondeu ao Terra por e-mail em relação às famílias que saíram sem receber os valores das desapropriações que “existe um Projeto de Lei Ordinária 1743/2013 já aprovado pela Assembléia Legislativa, em Redação Final, que disciplina Auxílio Moradia para expropriados do Loteamento São Francisco do Timbi. Ressaltamos que o expropriado deve optar pelo auxílio moradia ou indenização. O que constata-se é que os valores médios das indenizações são mais vantajosos para a maioria dos moradores, de forma que o auxílio moradia deve ser para situações pontuais necessárias para atender a demandas habitacionais."

Para o governo do Estado, no Loteamento São Francisco estão sendo desapropriados 77 imóveis. No entanto, as famílias dizem que o número de residências é muito maior. A família de Manoel Sebastião da Silva, por exemplo, conta que no lote de 12 x 25 m que seu pai comprou em 1971 tem duas casas de Veronica avaliadas em R$ 140 mil, outras duas de irmãs dela avaliadas em R$ 85 mil e R$ 23 mil, uma loja que era do patriarca e ficou em R$ 17 mil, além da casa dos pais que foi avaliada em R$ 50 mil.

Veja imagens atualizadas das obras para Copa 2014
Veja imagens atualizadas das obras para Copa 2014
As famílias não sabem precisar o quantitativo (que não é divulgado pelo poder público). Questionado após a visita da relatora da Onu, o Governo do Estado emitiu nota técnica em que conta que a “Procuradoria Geral do Estado (PGE), através da Secretaria Executiva de Desapropriações (Sedes), em parceria com a Secretaria das Cidades (SECID), promoveu uma série de ações para orientar e esclarecer os moradores, os proprietários dos imóveis e os comerciantes sobre o procedimento completo das desapropriações referentes às obras da Copa a partir de julho de 2012”.

Para o governo do Estado, uma equipe multidisciplinar, formada por engenheiros, arquitetos, assistentes sociais e advogados, vem conduzindo o processo de desapropriação e disponibilizando, constantemente, um canal de diálogo com a comunidade. O documento destaca ainda que no início do processo de desapropriação foram realizadas audiências públicas onde os moradores e comerciantes tiveram a oportunidade de assistir às apresentações dos projetos das Obras da Copa, que fazem parte do Promob (Programa de Mobilidade do Estado Secretaria Executiva de Desapropriações) e que foram realizados 263 plantões sociais com moradores de Camaragibe.

Emergencialmente, alguns moradores já solicitam em seus processos a liberação de 80% do valor das indenizações. É o caso de Edson Bernardo da Silva, que tem dois filhos, recebeu visita do oficial de justiça na última segunda-feira e conta não ter a mínima condição de relocar as duas famílias que moram no seu imóvel sem antes receber algum dinheiro.

Ele vive de fazer bicos, tinha como principal renda o aluguel do imóvel onde voltou a morar após o início das remoções no Loteamento São Francisco e seus dois filhos estão desempregados. O Comitê Popular da Copa de Pernambuco, organizou a vinda da relatora da ONU para o seminário Legados e Relegados da Copa do Mundo e divulgou nota nesta semana solicitando audiência com o governador Eduardo Campos.
Fonte: Terra