No último dia (19), trabalhadores em educação da rede estadual de ensino voltaram a protestar contra os cortes realizados no orçamento para o setor, previstos para 2014, que somaria mais de R$ 23 milhões. A categoria realizou um ato público pela educação na porta do Palácio Henrique de La Roque, no Calhau, e seguiu em caminhada até a sede da Assembleia Legislativa, no Cohafuma, onde foi dado início a uma vigília de 24 horas, em sinal de advertência.

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Na assembleia foi iniciada uma vigília de 24 hora, em sinal de advertência. (Foto: G. Ferreira)
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma), não descartam a possibilidade de greve geral, caso não haja ampliação dos recursos, na Lei Orçamentária de 2014, que foi encaminhada pelo governo do Estado para votação na Casa Parlamentar.
Segundo o presidente do Sinproesemma, Júlio Pinheiro, a diminuição dos recursos representa grande ameaça no cumprimento do acordo, que pôs fim à greve da categoria, no primeiro semestre deste ano. Ele explicou que o corte no orçamento prejudicará o pagamento das
progressões, gratificações, realização de concursos públicos, convocação de professores excedentes, o combate ao analfabetismo, transporte escolar nas áreas rurais e melhoria das escolas. “O governo do Estado retirou 96% dos recursos destinados à erradicação do analfabetismo e reduziu quase 60% do investimento em transporte escolar, além de retirar mais de R$ 23 milhões da educação. Porém, ampliou em mais de R$ 1 bilhão, os recursos para as secretarias de pré-candidatos apoiados pelo governo”, afirmou.
Manifestação dos professores_foto Gferreira (79)De acordo com Júlio Pinheiro, o Maranhão tem as piores escolas públicas do Brasil e está entre as cidades com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ele ressaltou que o índice de analfabetismo no estado chega a 19%, deixando o Maranhão em segundo lugar no ranking nacional dos piores índices. “Das 10 piores escolas inscritas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), duas foram daqui. E uma delas, localizadas no município de São Domingos do Azeitão, foi a pior de todas, ficando em primeiro lugar em todo o Brasil. Mas, isso não parece preocupar muito a governadora Roseana Sarney, que tem deixado o Maranhão no atraso social, ocupando os piores índices na educação”, disse ele.
O presidente do Sinproesemma, explicou que o movimento tem o objetivo de dialogar com a sociedade sobre as consequências do corte no orçamento para a educação, além de pressionar o Estado a retirar à proposta inicial. Júlio Pinheiro pontuou ainda, que a
categoria busca o apoio dos parlamentares para que rejeitem o texto inicial ou criem uma emenda constitucional para aumentar o orçamento. O sindicalista afirmou que caso a situação não seja revertida haverá possibilidade de greve geral em 2014.
A categoria se manteve acampada ontem em frente à Assembleia.

Fonte: Jornal pequeno